30 julho 2011

És?

Ouço em todas as esquinas
Da cidade gasta pelo tempo
E pelas pessoas
As gravações gravadas
Por ninguém

Não penses duas vezes
Não olhes para trás
Não adianta nada
O passado já se foi
O presente já não é
O futuro afundou-se na tua cabeça

É dificil ouvir as pedras
Que cantam os segredos guardados
De muitos anos

Da noite faz-se dia
E o sol surge do nascente
E eu deixei de ser crente

Os tempos nunca mudaram
E tudo o que me ensinaram
Foi uma grande falácia

Não venhas tarde
Estou na cidade
Que nunca teve idade
Trás alguma novidade
Venhas de onde vieres
Se ainda te sentires
Cheio de vento e de vontade
De ser quem és.

23 julho 2011

Cavalo Branco



Cavalo branco
Rodeado de granito

Eu vi

Quando viajava
Para o finito
Do sitio
Quase ali

A relva escassa
A fome presente
A luta esquecida
Na rosa vermelha

Cavalo branco
Rodeado de granito

Nós vimos...

Quando a chegamos a pitões
Cheios da viagem
E de algumas emoções
Vendemos medalhões

Guardamos recordações
Aprendemos lições:

Cavalo branco
Rodeado de granito.

28 março 2011

PRINCESA

Esta cadela está para adopção.
É jovem, esperta, e bonita.
Vejam o vídeo:

09 fevereiro 2011

Associação Animais da Quinta

Vejam como se passa um Domingo na Quinta:

25 janeiro 2011

TEMPO

Já lá vão 7 anos!
Estive a rever alguns posts do início deste BLOG, que remonta a 1993.
As teclas escorriam melhor, porque estava entusiasmado com a escrita.
E saber que do lado de lá havia alguém que me iria ler.
Passados estes anos, já não sei quem lerá o que escrevo.
Mas também não importa.
Escrevo para mim.
Enquanto me dedico a partilhar com o PC, sei que respiro, e estou bem.
Só o Valente me vai acompanhando por estas paragens.
Penso que nem eu, nem ele, nos incomodamos por pregar no deserto.
Ofirianos, Santinveste?
Treta...

04 janeiro 2011

Vale o que vale

As aves cairam do céu aos milhares
Chocaram no solo
Morreram
Ou já estavam mortas
Cansadas de tanto voarem?

Os peixes
Nem todos
Morreram nas margens que desconheço
De tanto nadarem?

O Eurico morreu a lutar com uma grande espada
Contra os fantasmas que não largavam o altar da oração?

E nós,
Jovens
Velhos
Ainda mais jovens
Continuamos a morrer como moscas pretas e gordas
Só porque
Cheiramos
Saboreamos
O mel esquecido numa mesa de pernas tortas?

Deixem-me rir...
...
Está bem
Vou-me rir sózinho
Em frente ao muro de Jerusalém
No muro que tudo sabe?

E vou acreditar
Que não tenho medo
De dormir
Sentir
E acordar

Que
Mais vale só
Que mal acompanhado

Vale o que vale!

Estou a amolecer
A adormecer
A ouvir

Teach Your Children

Vale o que vale!

Mais vale tarde
Que Zen!

31 dezembro 2010

FRANK " O CONTADOR "

Vou contar a verdade das verdades
A verdade da minha vida
Não é que o queira
Mas o momento
Assim o exige:
Em tempos idos
Fodidos
Saí de casa
De meus pais
Sem armas e bagagens
Penetrei pelas florestas
De Portugal
Zangado
Só me apetecia derrubar
Qualquer coisa
Um arbusto
Um eucalipto
Derrubei
Deitei abaixo muito coisa
Quanto mais cortava
Mais confiança tinha.

Até,

Um belo dia, encontrei uma rosa de cor laranja, levantei o meu pé calçado com uma bota de caçador, para a esmagar,quando a sua voz doce e trémula me segredou:


- .................................


O certo, é que nunca mais fui o mesmo!

FRANK " Cuspia Vermelho"

Cuspia vermelho
Não tinha culpa

O copo do tinto
Sem saber o que sinto
Restava na mesa do Pinto
A pensar no Black finto
O Black frito

Cuspia vermelho
Não tinha culpa

Num prato de cor branca
Parecia uma santa
Numa lata
A gritar sofucado
Numa saca
Imaculada
Branca

Cuspia vermelho
Não tinha culpa

Arrependido
Lancei para os verdes
A espingarda
De dois canos parelelos

Cuspia vermelho
Não tinha culpa

Obedecia ao polegar
Não podia parar

Cuspia vermelho
Não tinha culpa

Tive que a enterrar

Cuspia vermelho
Não tinha culpa

Num sitio que todos conhecem
E, cansado de escavar
Ter
De
Escrever na tábua que aponta
Penso,eu, para o norte


O seguinte:

- Respeitem a espingarda que cuspia vermelho -

Cuspia vermelho!


Matava

E cuspia
Cuspia vermelho!

FRANK " Casablanca "

Ensinai os homens e as mulheres
Ensinai-me

A vida é rápida

Amem-se
Na terra

A vida é semi-lenta

Amem-se
No Céu

A vida é lenta

Amem-se
No mar

A vida é super lenta

Amem-se
No vulcão

Que está acordar

Qualquer lugar
É bom para abrir
O gargalo da Garrafa
Por muito que custe

Acreditem

Não é necessário saltar
Para cima da cadeira
Ter 10 passas na mão esquerda
E gritar:
Quero voar
Conhecer o mundo.


Conhecer o mundo...

E morrer em Chicago!

Depois
Sempre depois
De pernoitar
Em

Casablanca.

FRANK " O Teimoso "

Fui assaltado
Busco o papel nos bolsos
Da calça de ganga
Fico descançado

Constantemente
Ideias que não são minhas
Querem falar
Apontam a naifa

Tem que ser agora
Ou
Sabes
Ficas nas sebes do Sr. ZAPPA

Fico a pensar
No Zappa
Rapa
Lapa

Sem medo
Cerro os dentes
Afio as unhas
E luto

Sou um puto

FRANK

27 novembro 2010

Nunca

Ofirianos
Nunca esquecidos
Na dor de costas sempre presente
Latente
Muro presente
Desistente
Nunca!
Ofirianos
Por vezes perdidos
Nos montes de Portugal
Nas praias conhecidas
Olharem para a lupa do mal?
Nunca!
Ofirianos
Nos carros e cenas que foram esquecidas
Nunca!
O pano baixou
Os espectadores aplaudiram
Os artistas foram dormir
A imagem ficou:
Um carro carregado de velho rodopiou 3 vezes no jardim lateral da filipa, e fugiu espavorido, do policia montado no azul e branco, que não sabia o que fazer.
Esquecido?
Nunca!

20 novembro 2010

Não me lembro do teu rosto envelhecido pelos desgostos sempre lembrados. Lembro-me do teu olhar sempre perdido na mesa vazia na mesa sem nada de nada. Lembro-me do teu olhar quando fitava o meu e do sol que aquecia a sala fria da casa enegrecida como se de uma salamandra se trata-se.
Partis-te para parte incerta, que desconheço,e nunca mais pus o olhar no teu corpo frágil,inseguro e velho.

Lembro-me de participar no calcar das uvas cortadas e maduras, retiradas das velhas videiras que adormeciam no resto das figueiras que se perdiam, eternamente,pelo ribeiro zangado que nunca olhava para a sua cidade.

Uma dúzia de casebres de granito extraido do ventre do solo xistoso.

Lembro-me dos pés sujos e vermelhos, cor do sangue, que se perdiam nas serras repletas de espinhos
Duros e frágeis
Que defendiam o seu território a todo o custo
E que me lembravam
Antes morrer que ceder.

Lembro-me de me perder nos braços dos castanheiros à procura de castanhas cinzentas e nunca as encontrar.
De zangado erguer os braços para o céu e perguntar:

- Meu Deus porque não existe castanhas cinzentas nestes castanheiros tão garbosos e musculados?

Lembro-me de nunca obter qualquer resposta por menos digna que fosse.

Mas não me lembro do teu rosto envelhecido.

E a verdade, seja dita, lembro-me do teu olhar que de pobre nada tinha. Ele enchia qualquer mesa que não tinha nada de nada.

Sorrisos

Sorrisos

Já passei por um bom jantar
E fumei alguns cigarros de encantar
Quando dei por mim a ouvir o cantar
Do paladar

Sorrisos

As portas sempre abertas
Choravam de tanto estarem certas
No bater de tantas ofertas

Sorrisos

Já passei por um bom jantar
Saudades do teu olhar
Do teu estar
Do teu falar
Do teu andar
No cimento seco e a estalar

Sorrisos

Encontrados na noite densa
Que nada deixa ver
Porque não te posso ter
Pensa

Sorrisos

Perdido na floresta da feira
Sem eira nem beira
Dei por mim a dormir na ribeira
E acordar ao som de uma jardineira


Sorrisos...

24 outubro 2010

1991

Fiquem com os dedos
Os aneis foram roubados
A casa foi pilhada
Pela bela fada
Encomendada
De olhar preto
Que nada sabia de sexo
E que pensava que dominava
O gato doméstico
Que brincava
Com um cosmético
Perdido na esfera pequena
Cinzenta e preta
Quieta!

Mil novecentos e noventa um
Complicado
Memorizar
Os rios
Os horários dos comboios
Que na altura percorriam Portugal
E divertiam o pessoal
Que trabalhavam nas varandas
Esguias
Enguias
Aquecidas
Comidas

Numa noite de um sábado
Perdido no ano
1991

12 setembro 2010

Ensaio



A liberdade já se foi.
Libertou-se na onda marota e torta
Na onda que leva tudo
E não pede desculpa...

27 julho 2010






Um dia custoso em todos os aspectos. Um dia sem vento, sem para vento montado, sem raparigas bonitas ao redor dos nadadores salvadores e acima de tudo sem a água fria do poente.

( Como gostaria de afagar a crista da onda...)

E quando nada acontece e uma pessoa nada faz para alterar as cristas,o que o que se faz?

Nada!

E quanto a mim,numa segunda feira solitária, é bom que não haja cristas.

Não quero partir
Sair do meu País
Numa segunda
E na terça
Aonde não existe a feira da ladra
E nenhum cão ladra
Ouvir a pergunta
Profunda
Anda a fugir?
Ou vem de férias...
Dá-me vontade de rir
Ou, talvez chorar
De saber que, apenas,

Neste momento
Estou vivo!

De saber
Que no dia seguinte
Posso fazer algo diferente
Algo que encriste.

O pau em riste
O sangue a cair
Da cara triste
Que fita o partir

14 julho 2010

28 anos

" Descobri que a leitura é uma forma servil de sonhar.
Se tenho de sonhar porque não sonhar
os meus próprios sonhos? "

Fernando pessoa

Sem querer, descobri porque não consigo passar da primeira folha de qualquer livro que começo a ler.
Atenção!
Quando digo - descobri - é apenas uma maneira de mentir aos peixes e aos morcegos que, hoje, ao entardecer tingido pela laranja esquecida na terra, se perdiam em acrobacias mais bem feitas, mais bem conseguidas pelos aviadores consagrados que trabalham para a red bull.

PAlavras para quê?

26 junho 2010

Solidão


Pouco vinho. Poucas violas. Nenhum tocador. Nenhuma balada. Assim se passa uma noite de sexta feira.

14 junho 2010

Gesto


Um gesto Amigo, a caminho de Pitões!